Esquece que um dia
aceitei a tua compaixão
e senti uma enorme alegria
invadir meu pobre coração...
Esquece as lágrimas que chorei
por causa do teu maldito ciúme
Esquece as horas que passei
ardendo no meu próprio lume...
Esquece todo o amor
que te dei inocentemente
porque agora só a dor
mantém meu peito ardente...
Esquece os sonhos que fiz
e as lutas que aqui travei
para que fosses muito feliz
Vá, esquece tudo o que te dei...
Esquece ainda e sobretudo
a mágoa ingente que senti
quando de um modo absurdo
meu coração se afastou de ti...
Esquece também, se quiseres,
ou recorda tudo, se preferires,
pois as paixões novas que tiveres
serão a chance de me redescobrires...
Esquecer talvez seja remédio
para quem se iludiu tanto
e se tornou vítima de um assédio
que se esmoreceu em pranto...
Tantas vezes, tantas horas
esperei por ti com ansiedade,
e aproveitei essas demoras
para dar de beber à saudade...
Esquece ainda e finalmente
que um dia tive a doce ilusão
de vir a ser o teu amante
e te fiz rainha do meu coração...
Esquece tudo ou não esqueças nada
porque o absurdo tem uma razão
de se fazer gente e de ser a espada
de dois gumes da minha paixão...
Lud MacMartinson / LMMP
Luxemburgo
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