Você e Eu
Apesar de te desenhar exoticamente erótica,
escandalosamente pura,
sensualmente amorfa
e sentimentalmente dura
você é concretamente aérea,
delicadamente sedutora
fatalmente tentadora
e o motor de todo o metabolismo amoroso
que perpassa pelas pálpebras incolores
de um sorriso vagamente distraído...
Quantas vezes balbucio inconscientemente nossa identidade?
Afinal quem somos?
Não sei, no sabemos!
Não sei, no sabemos!
Ninguém!
Ninguém!
Ninguém!
Sim, você e eu a negação de nós próprios,
a sombra do pensamento,
a penumbra do sentimento,
escravos do tempo e da paixão
que nos fez perder a razão...
Sim, você e eu,
o aceno que se desenha obsceno entre o beijo
e a flor do desejo,
a loucura que vagueia atormentada
entre o sim e o não da tua voz,
o som da palavra que vive torturada
na fronteira da vida e da morte,
ou a esperança sagrada que vegeta forçada,
acorrentada e amaldiçoada
a ecoar de quebrada em quebrada
como se já não fosse nada...
Sim, você e eu,
um poema que sabe a dor,
um dilema sem sabor,
uma pena embandeirada de terror,
o tudo e o nada de um segredo empolgante
revelado numa esquina do degredo tropical,
agonia de um brotinho de gente imatura, mas sensual,
que divaga perdidamente só
entre a loucura de um beijo desesperadamente breve
e a finesse de um abraço escravo do "stress"
que cresce dentro de mim
para me avisar que esta loucura jamais terá fim...
Sim, você e eu,
um amor..., nada mais!
Lud MacMartinson - LMMP
Luxemburgo
Sem comentários:
Enviar um comentário