Como um pássaro ferido
que voa perdido
em pleno céu
sem saber
se terá força para chegar
à terra prometida,
assim tenho eu
meu coração dolorido
que não pára de bater
para alimentar
esta paixão desmedida
que me arrebateu
e se tornou a razão de uma vida
que mergulha no breu
e num mar de amargura e dor
quando ela,
a minha cinderela,
desconfia da sinceridade
do meu amor…
Ferido no meu ser,
na essência
que faz nascer em mim
esta demência
por quem
que me quer bem,
mas teimar em me fazer sofrer
com um ciúme
que me deixa a mente em lume
e transforma em fel
e azedume
o doce mel
dos seus beijos,
fazendo renascer
no meu peito um mar de queixume
para afogar a mágoa dos meus desejos...
Como um pássaro ferido
fica meu coração
dolorido e perdido,
que persiste
e vive exangue
nos braços duma paixão
que não desiste
nem se rende,
mesmo quando ela a ofende
Com os receios infundados
dos meus devaneios e dos meus pecados...
Até quando poderei eu suportar
e permitir
que ela possa desconfiar
que a ando a trair
a enganar e a lhe mentir?
Por mais que me doa a infelicidade,
de a vir perder um dia,
sei que a minha dignidade
prefere esse calvário de dor
ou até a própria morte,
se tal fora essa sentença,
que aceitar um amor
sem confiança
sem chama
sem perfume
sem norte
só porque o ciúme
se julga mais forte...
Para mim,
prefiro mil vezes o fim
desta paixão
do que viver assim
gemebundo,
desiludido,
com o coração
em coma profundo,
como um pássaro ferido...
Sem dignidade,
e a ter que alimentar a falsidade
para enganar o ciúme
vagabundo
que não se assume
mais vale dizer adeus ao mundo !
Lud MacMartinson / LMMP
Luxemburgo
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