Desta vez,
não sei bem para onde vou,
sinto que estou
em mais uma encruzilhada da vida:
não sei se continue a respeitar
a fidelidade prometida,
se deixe amar
meu coração sem medida
a paixão que nele vive retida
a verociferar
a Liberdade perdida
no dia em que, no altar,
o sagrado me fez jurar
amor eterno
prometendo o paraíso,
mas lançando aos poucos
minh'alma no inferno...
Prisioneiro da fidelidade
não sei mais quem sou
sinto que estou
a morrer, a asfixiar
e a deixar de ser quem era...
Assim, a felicidade
é um pesadelo, uma galera
que não me deixa sonhar
e dar asas à ingenuidade
que meu coração encerra...
Mais uma vez,
sinto que estou
numa encruzilahda da vida
a travar uma luta que alguém
no além
me quer dar por perdida...
Como poderei eu aceitar
esta exigência cretina
se a consciência não me incrimina
e me pede para lutar
contra o juramento sagrado
porque amar
nunca foi e jamais será pecado...
Em nome da vida, que é muito maior,
que o juramento e este tormento
eu vou lutar e amar
quem o meu coração quiser
mesmo que tenha que sofrer
as sevícias da divindade
e o opróbrio da sociedade...
Nasci para vencer,
para ser um consquistador
e, não duvido, sê-lo-ei,
custe o que custar,
porque o madamento do amor
será a única lei
que sempre hei-de respeitar...
Por ti, mulher,
se preciso for,
jogarei
ao vento minha sorte,
e, se tiver que ser,
lutarei:
porque morrer por morrer
prefiro que seja a desafiar e a combater
a própria morte...
Eu sei que dentro de mim,
jamais poderá morar
a verdadeira felicidade
se o meu coração se avassalar
à celestial tirania
e albergar a cobardia,
pois sem dignidade
não viverei nem mais um dia...
LUDwig MacMartinson
Luxemburgo
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