Hoje quero gritar
sem medo
e revelar
o segredo
do degredo
que construi
dentro de mim
para me refugiar
e proteger
da loucura
que me faz viver
como um desterrado
um mal-amado
a tiritar
de dor
e gritar:
vai, saudade,
vem, amor!
Hoje quero poder
amar
livremente
e obedecer
cegamente
ao meu coração...
Hoje não quero ter
o poder
de dizer não
e sofrer
para dar prazer
a quem vive
na solidão...
Hoje quero ser assim:
génio
da lâmpada
para satisfazer
os teus caprichos
de mulher
de menina
de amada
de amante
e incauto
bastante
para soltar
a loucura
que morre
agonizante
nos braços
ternura
que sinto
quando me perco
no inefável
e apaziguador
labirinto
do teu amor...
Hoje quero poder
parar
o tempo
e ficar
só
no mundo
para cuidar
de ti
te entregar
meu corpo
sem fronteiras
nem barreiras
ou convenções
e te amar
de todas as maneiras
e sem restrições
Hoje quero sentir
palpitar
nossos corações
para poder
ressuscitar
as paixões
e as sensações
esmorecidas,
para reter
a vida
de verdade
e acreditar
que depois
da tua partida
entre nós dois
não haverá mais
saudade
e os nossos ais
serão simplesmente
o eterno eco da felicidade...
Hoje quero ser
o que você desejar,
mulher:
Um jardim,
uma flor,
a linha do horizonte
ou a fonte
do prazer...
Vai, saudade!
Vem, Amor!
Lud MacMartinson / LMMP - Luxemburgo
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