When I need you - Celine Dion

Arranjuez Mon Amour - Nana Mouskouri

17.10.05

A (in)fidelidade




Olá! Oi !

hoje queria deixar aqui alguns dos pensamentos que me causam muitos tormentos, porque envolvem sentimentos e ensinamentos que juguei " sagrados ", mas entram em permanente contradição no meu coração e no meu espírito atribulado e sedento de felicidade.

Afinal o que é a fidelidade? Será a fidelidade inamovível, intransponível, inviolável, indissolúvel e verdadeiramente uma " lei " inquestionável, um dogma, uma verdade absoluta e eterna?

Não! A fidelidade tem que ser, sobretudo, um estado de espírito vivificador e uma opção desejada e respeitada, libertadora do ser, porque a partir do momento em que começa a causar constrangimento, causar sofrimento e revolta, ou a asfixiar a Liberdade e a condicionar o livre-arbítrio, ela perde a razão de ser, torna-se caduca e inverosímel.

E a quem devemos nós Fidelidade?
Ao corpo perecível e mais ou menos apetecível ou ao amor que vai além do sexo e do apetite animal e da fidelidade conjugal?

Fidelidade a quê? A uma lei inumana que escraviza, a um contrato sacramentado, celebrado na juventude, muitas vezes sem o devido conhecimento de causa, como se a realidade fosse inamovível e permanecesse teoricamente sempre igual? A um sacramento constrangedor e confrangedor, viciado e fora de validade, porque a realidade é simplesmente outra?

Mas qual é a boa doutrina? A que ensina a viver feliz ou a que prende, aprisiona e torna o ser infeliz?

Como pode ser pecado amar o corpo humano, se ele é sagrado?
Como pode alguém querer viver prisioneiro e fiel a um contrato ultrapassado, onde as premissas não são mais as mesmas?

Acontece que no mundo e na nossa existência tudo é diferente a cada dia, a cada instante, porque na realidade a vida é, implica e exige uma mudança permanente. A vida é e permanece eternamente Presente.

" Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se a confiança " muda a exigência e, sobretudo, mudam os sentimentos, os objectivos, as prioridades da nossa existência e os estados de alma da nossa essência vital.

Os mais puros e mais procurados tesouros também se gastam e, de apetecidos, passam a ignorados..., desleixados e abandonados... como velhos templos de civilizações, leis e dogmas antigos, que passaram à história e pertencem ao passado, porque a nossa existência é uma mudança constante de necessidades, de imperativos, de objectivos, de prioridades e, sobretudo, de sonhos, - motores que arrastam e " comandam a vida ", - cujo desígnio essencial é ser espelho vivo da Felicidade que nos foi exigida pelo Criador.

Ora a Felicidade implica escolhas, opções, satisfação de necessidades, alternativas e livre-arbítrio, para que os nossos actos nos possam ser imputáveis. Porém, onde não existe Liberdade, não existe responsabilidade.

Por hoje, não vou mais longe, por falta de tempo, mas hei de voltar para explorar, com mais profundidade, as incoerências da (in)fidelidade !

Boa semana e que " as forças do Sonho e do Amor estejam convosco para sempre " !

Um abraço
Beijos

Lud MacMartinson / LMMP
Luxemburgo

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