O sorriso era rubro e o coração sofria convulsamente.
As mãos, impensadamente iradas, tremiam.
A vida ganhava uma nova dimensão para mim:
a exiguidade do tempo!
A saudade que herdei quando comecei a balbuciar incoerências fio a fio, sem saber como, desde e porquê, evaporou-se.
Num minuto eu era um ser novo, renovado!
A incerteza tinha-me deixado.
O amor, esse, permaneceu como dantes em embrião.
Depois vieste tu fazê-lo desabrochar...
Porque vieste?
Porque ficaste?
E o porquê não desarma, não desiste!
O porquê é a constância que se mantem quando a continuidade de uma dúvida começa a vacilar!
O porquê é o atrofiamento da evidência quando a verdade ameaçar revelar!
O porquê é a ignorância que persiste quando o coração de um homem ou duma mulher procura a razão de ser, viver, sofrer, sonhar e amar eternamente!
O porquê, esse mistério indubitavelmente sempre certo!
LUDwig
1974 ( Luís Macedo Martins Pereira - Fiolhoso / Murça )
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