Olá,
hoje pude confirmar esta verdade " a intencionalidade, a percepção, a intensidade e o impacto dos nossos actos é directamente proporcional à intensidade, à sensibilidade e profundidade dos sentimentos que, quem os sofre, nutre por nós ".
Quando, numa relação, duas pessoas nutrem uma pela outra sentimentos díspares em grau de intensidade e de profundidade, os seus actos revestem-se da importância que os sentimentos lhes acordam.
E é frequente assistir-mos, inexplicavelmente, a verdadeiras tempestades num copo de água, porque a percepção do impacto do acto cometido não é o mesmo, nem pela intencionalidade nem pela intensidade de quem o pratica e de quem o sofre, ou seja do emissor e do receptor.
Se para uns, uma palavra mal dita ou irrefletida passa despercebida como uma onda mansa que se desfaz anónima na areia, para outros essa " inadvertência " ou " insignificância " assume aspectos mais desoladores e devastadores que a onda do Tsunami, porque os maremotos da alma são mais terríveis i imprevisíveis que os do corpo.
O futuro das relações humanas depende, pois e em muito, da capacidade de diálogo e de dissipação dos mal-entendidos, dos sub-entendidos e dos silêncios cúmplices, resignados ou frustrados que, tal pinga de água mole em pedra dura, tanto se repetem que acabam por romper a confiança e a inocência sobre as quais repousa a longividade e a intensidade da Felicidade.
Claro que os mal-entendidos sempre causam danos morais e afectivos que podem minar por completo uma relação, por mais sólida que ela possa ser ou parecer.
Quantas vezes nos sentimos acusados de algo que, em alma e consciência, não nos apercebemos ter cometido ou responsabilizados por danos causados por inadvertência, ignorância ou displicência?
Se o que conta são os actos e não as intenções, só nos resta pedir desculpa, corrigir-nos e evitar que se repitam para não sentirmos essa sensação de santa monstruosidade, por passar impune...
É que, se à falta sucedesse o respectivo castigo, a consciência ficaria mais aliviada e quase que, por mais absurdo que pareça, se sentiria do direito de voltar a errar. Assim, perdoada ou desculpada, tácita ou implicitamente, só lhe resta cumprir o calvário interior, muito mais doloroso e mais acusador..., porque nem sem as lágrimas têm a coragem de resvalar pela face e outros momentos há em que o nosso ser prefere chorar por dentro, numa tentativa suicidária de um afogamento da própria alma.
Eu já chorei muitas vezes para fora e por dentro e prefiro mil vezes sentir o sal das lágrimas na face que a sombra maléfica e recriminadora dos meus actos, mesmo ingénuos, a pesar-me e a estrangular-me a consciência.
Bom dia e coragem !
L.
LUD
MacMartinson
2006
Luxemburgo
Luxemburgo
1 comentário:
Aqui sim, reconheço-te!
E como te compreendo...!
Eu penso que cada vez mais as pessoas se excusam ao diálogo. Cada vez são mais intolerantes e não percebem que por isso mesmo cada vez mais infelizes.
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