LAMENTOS
Meu amor,
perdido neste mundo, não sei mais como te sonhar e como inventar um paraíso para te ver caminhar e sorrir a meu lado.
Longe de ti, os meus dias são escuros como o bréu e, à noite, quando te procuro na solidão, tenho a impressão que jamais chegarei ao primeiro Céu, lá onde se quedam as almas ingénuas…
Eu sei que podem parecer impuros os meus desejos e esta ânsia louca de te segurar nos meus braços e sentir as labaredas te consumir, mas sem ti nada mais tem sentido e a vida é um vazio imenso que aumenta com a saudade...
Ah, se eu pudesse em ti me perder para melhor me encontrar, no dia em que não estiveres mais aqui para me acalmar e para escutar estes lamentos…
Meu amor,
teria tantas coisas para te dizer, mas o melhor é esperar pelo momento em tu as poderás escutar com a doçura que bem conheces, para, vendo a tua epiderme arrepiar-se, eu sentir como rejubilas quando a nossa pueril inocência nos conduz à febril demência por se infiltram as labaredas da paixão que nos consome por completo todo o afecto que durante meses armazenámos em silêncio nos nossos corações…
Meu amor...
LUD
MacMartinson
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