Chama-me a qualquer hora

CHAMA-ME A QUALQUER HORA!

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Chama-me a qualquer hora,

amanhã, agora,

ou depois, talvez.

Chama-me

e irei contente

pois amo a ti somente

Chama-me,

vai,

não tenhas medo,

entre nós

nunca haverá segredo

e para ti

até poderei ser um degredo

para para o teu sofrimento

ou o paraíso

para o sentimento

que perdeu o siso

e vive no inferno...

Se ficares rouca,

te darei

a minha voz,

se desesperares

e te julgares louca,

o meu sorriso

te devolverá o juízo,

se uivares,

feito loba,

o meu silêncio

aprisionará os teus gemidos,

se tiveres frio,

serei

o teu cobertor,

se te sentires carente,

afagarei

o desejo do frémito ardor

e serei

teu cálice de amor...

Para ti,

poderei ser terno,

anjo,

se precisares de paz,

demónio

se não fores capaz

de combater

o teu lado subalterno

que te obriga a viver

por procuração

e tantas vezes te faz

perder a razão...

Me chama,

para ser a tua fogueira

o teu porto de abrigo

ou o que quiseres,

mas põe de lado

a tua altivez

porque coração

que te amou uma vez,

mesmo se magoado,

dilacerado

e amargurado está

te amará

eternamente

mesmo se nele não crês

e a dor que ele sente

não vês...

Agora, mulher,

com tanta oferta,

com tanta procura

de prazer,

a tua vida até

poderá não parecer deserta,

mas não esqueça

que a amargura

vai e vem como a maré,

mansa para te lavar

o corpo com ternura,

ou brava para te afogar

no mar da tua própria loucura...

Seja como for, mulher,

pouco importa, talvez,

para quem,

muito além,

não sendo ninguém,

te julgar morta de vez...

Como saber

que você me quer,

e que me perdoa

se não escuta meu coração

que palpita e ecoa

dentro do meu peito

e me diz que esta paixão,

a amar assim

não tem mais jeito?

Ninguém é de ninguém

mesmo quando ama alguém...

Chama-me a qualquer hora,

vá, não tenhas medo,

porque já não é segredo

que do meu coração

és a senhora

e da paixão

o fogo

onde se consome

esta sofreguidão

Chama-me a qualquer hora,

se quiseres,

mas se tiveres medo

de ser feliz,

há outras mulheres

que adorarão

dissipar

a dor

a solidão

e conhecer

um amor

de salvação

ou de perdição,

que importa

para quem

se julga morta

Chama-me a qualquer hora

faz de você

a minha senhora

e sê

mulher

de verdade

nos meus braços

para saciares os desejos

e conheceres o prazer

e a felicidade

dos meus beijos,

e os meus abraços

para que, o eco dos meus ais,

se perdendo nas tuas entranhas

não deixem que o amor

acabe jamais

...

LUD

MacMartinson
LMMP
Luxemburgo