QUEM AMA DE QUALQUER MANEIRA... NÃO AMA !
J'ai aimé n'importe comment:
je n'ai pas aimé !
Nitya Phenkun
( irmã de Emmanuelle Arsan - Toute Emmanuelle )
Quem ama de qualquer maneira, não ama!
Ela carrega nas entranhas o vazio dos seus desamores, a fraqueza as suas forças, a negridão das orgias coloridas com que quis preencher as suas noites vazias...
Ela quis saciar taras, manias, desejos e caprichos , mas quanto mais se enche de conquistas baratas e abstratas mais se despeja e esvazia, mais a libido ardeja e fareja faminta...
Ela, volúvel, incrível, insaciável, inconsequente faz de cada macho um amante, uma presa, que devora cruamente sobre a mesa das suas fantasias, para melhor assombrar os seus dias penosos, desejosos e mirabolantes...
Ela insua-se, oferece-se, dá-se, entrega-se em sacrifício aos olhares predadores; ela sangra-lhes a virilidade como quem abre uma torneira e consome-lhes o desejo e o prazer como quem traga um copo de vinho novo, meio mosto, com aquele amargor estampado no rosto...
Ela pensa renascer em cada conquista e alimentar a fome de homem cru que carrega em seu corpo nu, mas a sensualidade é mordaz e a frugalidade fugaz, e no fim do banquete nada mais lhe apraz, porque amando ou desfrutando assim da vida, ela não ama nem vive: come e consome apenas uma droga que a enche de fome... e, lhe enchendo as entranhas, lhe esvazia a alma...
Inconsciência? Demência? Eloquência?
Não sei, parece que ela que usa e abusa da indecência para melhor se vingar da infância...
Pobre mulher, quanto mais enriquece o rol dos seus amantes, mais empobrece, deixando o coração pior que dantes...
Quem ama de qualquer maneira, não ama,
porque o que o corpo quer nunca é o que a alma reclama...
Lud MacMartinson - 2006
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