Delírio

DELÍRIO

Havia no eu olhar

um desejo imenso

que queria se afogar

e perder o senso

para poder provar

o amor por extenso

Corria nas suas veias

uma libido em flor

baralhando ideias

e suscitando ardor

presa nas suas teias,

ela morria de pavor

No seu coração crescia

o medo da felicidade

e na paixão ardia

a dor da saudade

porque a razão temia

que não fosse verdade

Jazia no seu olhar

um prazer contido

que queria se entregar

e alí ser consumido

para poder recuperar

o tempo perdido

Ardia no seu peito

uma chama abrasadora

que a deixava sem jeito

como uma pecadora

em delírio no meu leito

feita predadora...

LUD

MacMartinson
2006
LMMP
Luxemburgo