Quando esperares pela noite para viver o teu dia, já serás, muito provavelmente, um cadáver ambulante, que passará pelas cores de um arco-íris como quem se refugia na escuridão sem saber porquê, ou alguém que só já aprecia a luz do inferno, porque a do Sol será insuportável e parecerá bela de mais para quem carrega a morte na alma...
Quando sentires o fascínio da prisão, saberás que já nem dentro de ti consegues ser livre, porque a tua vida só se sentirá bem no deserto para, ressequida, tentar acabar de vez com o que resta da ilusão perdida ou da paixão desmedida que não soubeste digerir e conviver com o medo por quem se deixou aprisionar...
Quando o amor soar a ôco e te souber a pouco, não sei se tu realmente ainda poderás fazê-lo renascer das cinzas frias ou libertá-lo das masmorras da frustração e, então, terei pena de ti, porque não soubeste apreciar o tesouro que um dia possuiste, mas destruiste por inveja ou por ciúme, esse mesmo sentimento que te deixou tantas vezes o coração em lume e tanto azedume te suscitou quando partiu ou de ti fugiu para não ser tragado ou enxovalhado no lamaçal da tua demência...
Quando, pouco importa, mas tu saberás quando deixaste de merecer a felicidade que desvairadamente procuravas...
É que a felicidade também se merece, conquistando-a corajosamente em cada dia, cada hora e cada segundo, se quer queremos vivê-la e usufruí-la neste mundo...Sabes, eu sei e tu também quando, mas não é no tempo que não volta, - esse passado enterrado e amaldiçoado, tantas vezes desgraçado - ou no tempo que não existe, - esse futuro obscuro que jamais será realidade, - que tu poderás reparar os danos e recuperar as perdas, porque o sucesso não se constrói sobre o fracasso...
Esquece, perdoa e assume tudo que foste ou fizeste, mas corre para a vida de braços abertos e agarra-a de todas as tuas forças e, sorrindo-lhe, cerra os dentes e pensa que o mais belo se encontra sempre à tua frente ...
Lud MacMartinson
Sem comentários:
Enviar um comentário