Há dias em que acordo com vontade de virar a página da vida; outros nascem cheios de desejos insanos, pedindo-me que rasge o livro, que apague os capítulos ou que corrija os erros e os manuscritos guardados secretos no meu coração...
Por vezes, até tenho medo de mim, porque sinto ganas de pegar no livro e de o queimar nos infernos que eu mesmo criei.
Porque os criei? Porque razão degeneram, por vezes, os nossos paraísos e os sonhos saltam as cores do arco-íris e mergulham na escuridão?
É por esta e outras incoerências que o livro da vida é sublime!
Quem, num dia de loucura ou num ápice de desespero, o fechar abruptamente ou dele arrancar as páginas mais negras e doloridas, não terá direito à prometida eternidade, onde, livre dos defeitos mortais, poderá lê-lo com os olhos da candura que fazem da felicidade e da vida perene uma inesquecível e sublime aventura...
Nos dias em que tenho vontade de virar ou arrancar as páginas do livro da vida, sorrio e mostro o dedo anelar ao diabo..., porque eu sei muito bem de quem sou filho, irmão, amigo, companheiro, e a esse eu não atraiçoarei nunca, por mais que o anjo da noite me tente.
Eu, pecador, me confesso:
dá-me gozo tentar o diabo..., deixá-lo enfurecido...e levá-lo de vencida, porque assim nunca me esqueço que a vida é um combate permanente e muito aliciante...
E eu nasci para ganhar esse desafio...
A minha vida sempre será um livro aberto..., com páginas virgens, brancas e multicolores...
Nele estão registadas as palavras das linhas, dos períodos, dos parágrafos e dos capítulos de outras vidas que com a minha se cruzaram e a enriqueceram...
Guardado no mais recôndito do meu coração, a todos o meu livro exprime eterna e inefável gratidão...
Ah! Como me sinto orgulhoso de vos ter comigo... no Livro da minha Vida !
Lud MacMartinson - LMMP
Luxemburgo
Sem comentários:
Enviar um comentário