Nas brumas da minha alma,
escondo as ilhas do corpo meu,
onde a vida adormece calma
e faz da Terra um canto do Céu...
Sou um arquipélago infinito
tantos ilhéus se descolam de mim,
para uns basta apenas um grito,
para outros uma dor sem fim...
Há dias que em eles se casam
para formar ilhas muito maiores,
por vezes alguns se arrasam
para aí plantar os meus amores...
Na longínqua ilha da saudade
se deita e a amanhece a dor
que o coração sente de verdade
quando é banhado pelo desamor
A ilha da paixão é avermelhada
pela lava que jorra dos vulcões,
e a da amizade é trespassada
pelas mentiras e pelas traições...
No meu arquipélago existem ilhas
ainda virgens e por descobrir
para eu contemplar as maravilhas
com o novo amor que há-de vir...
Em muitos dos meus ilhéus jazem
sonhos desfeitos e ilusões perdidas
à espera dos ventos que trazem
a Fé e a Esperança às nossas vidas...
No dia em que as ilhas se unirem
para celebrar o pacto da União,
verei muitos ilhéus se fundirem
e encher de amor meu coração...
Em mim também há ilhas proibidas
onde mora o suicídio dos aflitos
que se agarra às portas do inferno
e nele arde em pranto e aos gritos...
Sombra amiga, que só partiste
e perdida andas na rua da amargura,
por favor não vivas assim tão triste
e vem ter comigo à ilha da ternura...
LUDwig
MacMartinson
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