Quantas vezes eu precisei de ti
para juntos sublimarmos esta dor,
para juntos sublimarmos esta dor,
mas realmente só agora percebi
que há muito perdi o teu amor...
Quantas vezes eu quis morrer
e calar de vez o meu coração,
mas eu sei que deverei sofrer
para conhecer o fogo da paixão...
Quantas vezes eu senti o calor
dos afagos e dos beijos virtuais,
que, de longe trocando com ardor,
nos suscitaram desejos imorais...
Quantas vezes eu tentei partir
para bem longe deste mundo,
mas a insana vontade de sumir
na alma ecoou em pranto profundo...
Quantas vezes ao inferno eu desci
e meu corpo quase exangue deixei,
por momentos, de viver me esqueci
e pelo infinito este grito soltei...
Quantas vezes te imaginei aqui,
me amando e fazendo tua mulher
como nas noites que me perdi,
descobrindo uma razão de viver...
Quantas vezes eu sonhei contigo
e desesperei de tanto te esperar,
mas até parece que é um castigo
e o destino vive para nos tramar.
Quantas vezes te amei em segredo
e em devaneios fui a tua amante,
agora, só, vou morrendo de medo
e temo que nunca te seja bastante.
Quantas vezes me julguei a musa
que poemas tão lindos te inspira,
mas é verdade que a razão me usa,
quando a paixão vem e cega te mira.
Quantas vezes eu pedi à saudade
que viesse e, me dilacerando logo
e queimando no meu próprio fogo,
matasse de vez esta insanidade.
que me faz correr atrás da ilusão
como se a vida só tivesse sentido
quando a saudade mata o coração
de quem por amor vive só e perdido.
Lud MacMartinson / LMMP
Luxemburgo
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