Por vezes, apetece-me rasgar os meus versos
e não deixar nenhum rasto desta passagem
para, melhor me perdendo noutros universos,
manter esta minha'alma sequiosa em viagem
a guerrear com os diabinhos mais perversos
que dia e noite me vão testando a coragem...
para, melhor me perdendo noutros universos,
manter esta minha'alma sequiosa em viagem
a guerrear com os diabinhos mais perversos
que dia e noite me vão testando a coragem...
Por vezes, queria fugir para o fim do mundo
e por áridos desertos caminhar sem destino
para soltar este pesadelo cruel e gemebundo
que, me roendo de saudade, me deixa cretino,
quando o amor, acordando de um coma profundo,
exige que tudo abandone e volte a ser menino...
Por vezes, eu sinto que sou um privilegiado,
outros tenho a sensação de já ter vivido,
quando à alma se prende um corpo condenado
que, farto de sofrer por um amor proibido,
definhando vai para, liberto desse pecado,
ao éden retornar para cumprir o seu fado...
Por vezes, eu desejo que a morte venha logo
e carregue de vez os sentimentos que vivi,
quando no meu coração foram lenha e fogo
da paixão incauta e cega com que me iludi
Por vezes, réu me julgo e o calvário rogo
porque de mim não quero que fique nada aqui...
Por vezes, eu penso que nasci com defeito
tão sonhador, insasiável e impaciente sou,
outras creio que jamais ficarei satisfeito
e viverei faminto sem saber para onde vou,
porque a chama que se consume no meu peito
me parece que é fogo que o diabo enjeitou...
Por vezes...
Lud MacMartinson - LMP - Luxemburgo
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