A alma carrego triste e amargurada,
tão profunda e dilacerante é a dor
O meu corpo já não serve para nada,
pois mais ninguém me enche de amor
Cheia de nojo me sinto quando vejo
que os homens me querem possuir
e para eles não passo de um desejo
que o instinto animal faz ressurgir
De muito carinho e ternura preciso
para de corpo e alma eu me entregar
a quem, amor me dando, faça o juizo
perder a razão sem se envergonhar
Eu sei que o tempo passa e não volta
e que a beleza, como a flor, murchará,
mas prefiro sofrer a demência à solta
porque, por capricho, ninguém me terá
A vida fria aos poucos sinto definhar
e a esperança num grande amor já perdi,
mas, enquanto Deus aqui me guardar,
fiel serei ao ensinamento que dele recebi
Só amarei quem um coração puro tiver
e no meu olhar triste a candura descobrir,
para que, me sentindo realmente Mulher,
a fonte do prazer em mim possa se reabrir
Lud MacMartinson / LMP
Luxemburgo
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