Meus olhos penetram os teus
para melhor poder te devorar,
saciando os desejos plebeus,
antes de todinha me entregar !
A fome abrasa-me as entranhas
e faz-me conhecer a alucinação
no meio de convulsões tamanhas
que se prostam em adoração !
A tua pele suavemente bebo
ao rítmo ululante do teu pulsar
e com os meus lábios escrevo
as conjugações do verbo amar !
Ao teu tronco nu me abraço
e sacio a insana sofreguidão
que me incendeia o regaço
com o fogo louco da paixão !
Na minha boca a tua língua
Se perde em íntima viagem,
deixando a morrer à míngua
a libido que presta vassalagem,
aos beijos doces e melados,
excitando e enchendo de tesão
os nossos corpos endiabrados,
antes de entrarem em ebulição !
Minhas mãos deslizam leves
Pelo teu peito até a virilidade,
a minha boca vê como ferves
e, excitado, roças a insanidade !
Teus dedos roçam-me os seios
e a tua boca os deixam erectos
a rogar que os meus anseios
saciem os teus desejos predilectos !
Com os lábios exploras a fenda
Que o olhar deixa desvairado,
Adorando-me como a prenda
antes da libido soltar o brado !
O meu escravo fiel te sentes,
E dócil à tua dama te entregas,
para que os corpos dementes
se fundam ao fim das refregas,
que a estas fantasias dão vida
e ao amor traído o sustento
para que a minha alma ferida
nesta loucura encontre alento
Lud MacMartinson / LMMP
Luxemburgo