Fermenta dentro de mim a saudade
de um amor que eu nunca abracei,
mas que me enche de felicidade
quando em sonho o faço meu rei
Selvagem e pura a ele me entrego
para melhor vencer esta carência
que, me dilacerando, não nego,
o desejo faz conhecer a demência
Quando a solidão a alma me aperta
e o corpo febril em transe me deixa,
com ele me refugio na ilha deserta
onde sou apenas a sereia e a gueixa
À noite nos devaneios me enredo
E soltando vou as rédeas à ansiedade
até que a libido, saciada em segredo,
atinja o inefável clímax da felicidade
Lud MacMartinson - LMP - Luxemburgo