PRURIDOS RETICENTES
No teu olhar meigo e doce, mas vazio,
guardaste todo o amor que não deste,
e que a sofreguidão até causa arrepio,
só de pensar no torpe e vil cafageste,
por quem, ingénua, quase te perdeste,
antes de te enredar no manto sombrio
de um remorso dilacerante e agreste
que, até hoje, o coração te traz tão frio !
Amar te provoca medo e te apavora,
tão desiludida e magoada te sentes,
mas, por favor, minha doce senhora,
esqueça tão funestos pretendentes
e permita que um poeta, que te adora,
de beijos sacie os pruridos reticentes !
Lud MacMartinson
LMMP
Luxemburgo, 23-08-2019
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