Dor e saudade...

Ai que saudade que sinto 

da Liberdade que não tenho

e deste pensamento faminto

onde te vivo e me despenho

com toda a minha tristeza

e a ansiedade que aprisona

de todo o meu ser a leveza

da paixão que me abandona

perdido no labirinto da dor

onde só já respiro por amor..

Ai como me dói o peito

por não poder te abraçar

com meu coração desfeito

de tanto por ti palpitar

loucamente e sem jeito

que dá vontade de chorar

e de me agarrar ao leito

onde você é a cruz do prazer

que me seduz e faz sofrer...

Venha logo, meu amor,

do jeito que você puder

seja nuvem, seja flor

ou simplesmente mulher

Venha logo e bem depressa

e resgate este moribundo

a quem a solidão começa

a carregar para o fundo

da desesperada saudade

onde se perde a felicidade...

Lud MacMartinson / LMMP

Luxemburgo

Impaciência

Se tu soubesses 

como a impaciência 

me faz sofrer 

e a tua ausência 

me faz naufragar 

na demência 

e temer 

que a inocência 

se perca na ânsia 

e não baste para te conquistar! 

. 

Como um louco, 

desejo 

o teu amor 

e lampejo 

no ardor 

desta paixão 

que pouco a pouco 

tomou conta do meu coração... 

Aqui tão perto, 

mas tão só, 

o oásis do teu olhar 

é um deserto 

onde me apetece 

caminhar 

e soltar uma prece, 

um grito 

que ecoe pelo infinito 

e venha se infiltrar 

no meu peito, 

porque, para mal dos pecados meus, 

eu não aceito 

viver 

sem a luz dos olhos teus... 

Por favor, 

não me faças desesperar, 

que perdido 

anda meu coração 

desde que teve a certeza 

que valeu a pena 

esperar 

todo este ano 

e curar 

o desengano...

Se tu soubesses 

como me sinto dilacerado 

e impaciente 

quando não ouço a tua voz 

ecoar 

no meu peito 

e se visses do jeito 

que fico 

quando o arlequim 

aparece à janela 

a anunciar 

a chegada 

da mulher amada... 

Ah, senhora 

se você visse 

e sentisse 

como o meu coração chora 

quando você vai embora 

não teria mais vontade 

de partir 

e ficaria aqui a sorrir 

e a curtir 

a realidade 

e saborear 

a doce felicidade, 

fazendo entrar 

este momento 

de paixão 

na dimensão da eternidade...

Lud MacMartinson - LMP - Luxemburgo

Por um segundo

Por um segundo no teu regaço,

poderei esperar a eternidade

ou mesmo morrer de cansaço,

de desespero, dor e saudade...

Por um segundo no teu peito

poderei sofrer a desventura

de viver só, mas não aceito

renunciar à insaciável ternura,

que afável mora no teu olhar,

até se cruzar com o meu

e me deixar louco a sonhar

com o dia em que serei só teu,

para no teu corpo me afogar

e contigo subir ao sétimo céu...

Lud MacMartinson - LMP -Luxemburgo

Perseverança

Não quero mais reter os meus beijos 

para quem, não os querendo colher, 

me deixa só a sufocar nos desejos 

que vão afogando todo o meu ser... 

Não posso continuar assim iludido, 

sem saber o que fazer nem aonde ir 

porque o meu coração, de tão ferido, 

fica sem vontade de lutar e de viver... 

Se na salvação eterna não acreditasse, 

há muito que teria desistido de sonhar, 

mas se a Esperança em mim matasse 

nem o próprio Deus poderia me salvar... 

por isso espero que o desespero passe 

e a Fé no amor me ajude a perseverar...

Lud MacMartinson - LMMP - Luxemburgo

Saudade de Amor...

Suspeição... de Amor.

Temo que a vida me pregue uma traição 

e faça o meu coração viver no engano, 

me deixando sozinha a carpir na desilusão 

o amor que julguei puro, mas era insano... 

Queria tanto conhecer o fogo da paixão 

e a loucura de um amor transcendental 

que à vida insípida desse uma razão 

e me fizesse sentir uma Mulher fatal...

Quando me vejo na solidão, eu desepero 

porque sinto o tempo passar por mim 

como se tudo o que faço fosse um erro 

e estivesse condenada a viver assim, 

mas sei que o amor que guardo e quero 

no meu peito sagrado será até ao fim...

Lud MacMartinson - LMP - Luxemburgo

À coeur ouvert

Tu peux ton corps m’interdire,

par peur ou simple timidité,

car il me suffit de te voir venir

et laisser mon cœur s'en aller !

Je veux me perdre dans tes bras

pour te caresser avec tendresse

et sentir la chaleur de nos ébats

brûler touts mes désirs en ivresse!

Demain ou jamais, peut-être,

je sais que j'aurai l'occasion

de t’enivrer et de faire connaître

le doux abîme de la passion !

Maintenant, que je te connais,

je peux donner un sens à ma vie,

et oublier les années passées

dans un faux semblant de paradis !

Aujourd'hui, ou quand tu voudras,

viens prendre et tenir ma main

pour que l’ombre de nos pas

nous fassent marcher plus loin !

Tu sais que la passion me presse,

flagelle la poitrine, me fait mourir

d'anxiété et la peur noie sans cesse

mon cœur et le fait trop en souffrir !

Une année durant je t'ai attendue

sans jamais perdre la foi et l’espoir

car mon âme t’avait fièrement élue

le jour où j’ai croisé ton regard !

Je sais que t'aimes mon sourire

et tes entrailles me désirent aussi,

mais ne laisses pas la peur détruire

l’amour et les rêves de nos vies !

Lud MacMartinson - LMP
Luxemburgo

Beijos proibidos

Ainda me lembro como se fosse hoje

aquele nosso primeiro beijo proibido,

porque de mim o desejo nunca foge,

tão profundo e ardente ele foi sentido...

Na minha boca o sabor guardo ainda

e a febre que me fez entrar em viagem

numa dimensão de felicidade infinda

que me enchou a alma de coragem...

Nossos corpos, em osmose fundidos,

à paixão deram combustão e guarida

para que o amor perdesse os sentidos

e um novo alento desse à nossa vida...

O teu fruto sagrado afaguei com fervor,

te oferendo os meus lábios sequiosos,

para que a tua vulva sentisse o ardor

e o anseio dos meus beijos libidinosos 

No teu olhar se espelhou o delírio

quando a síncope vaginal conheceu

A libertação estonteante do colírio

Que a minha boca com amor bebeu

Por momentos, o meu prazer esqueci

E furibunda abandonei a demência,

Porque dentro de mim eu ressenti

Latejar e extrapolar a tua essência…

Ai quantas vezes eu quis voltar atrás

Para, te beijando, colher o néctar puro

Que, me saciando e acalmando, me faz

seguir em frente sem temer o futuro…

Lud Macmartinson - LMP - Luxemburgo

Apaixonada pelo beija-flor... ( colibri )

Depois que te conheci

não sei mais

quem sou

nem para onde vou,

meu querido colibri,

o meu coração solta ais

que magoam

e ecoam

pelo infinito

à 

afoguei

o meu passado

e comecei

a sonhar

com dias felizes

a teu lado...

Quis ser tua,

me ofereci

toda nua,

implorei que viesses

beijar

meus seios

e me amar

sem rodeios

para eu poder

soltar

os freios

e teu prazer

me fazer sentir

novamente aquela mulher

encantadora,

cheia de esperança

sem fim,

que adora

sorrir

e correr descalça

pela praia

e soltar a alça

do vestido,

feito louca,

porque só assim

a vida tem sentido...

Estou aqui,

à espera de ti,

colibri ferido,

meu libertador,

conquistador

que o meu coração

tanto sente

e pressente

que viverá ausente, 

mas eternamente

apaixonado

a suspirar

por este amor

que a paixão

quer ver

amaldiçado

para sofrer

como um degredado

numa ilha deserta,

condenado a viver

só

para não ter

com quem partilhar

tanta dó...

Estarei aqui

à tua espera

e a sonhar

porque a minha quimera

só sabe voar

nas asas do colibri

por quem meu coração

faminto

se apaixonou,

mas mesmo me sabendo adorada,

tenho medo e pressinto,

que o destino

me condenou

a ser mal-amada...

procura do teu grito...

No teu olhar

mergulhei

as minhas raízes,

Lud MacMartinson / LMP

Luxemburgo

Dependência

Nos teus braços quero adormecer

e a minha alma a Deus entregar,

para, se um dia tiver que renascer,

os teus seios divinos possa beijar...

Nas tuas entranhas desejo arder

e o meu corpo no teu naufragar

com a demência que faz acontecer

o amor e a paixão em delírio entrar,

quando a sofreguidão se deleita

na insanidade do prazer ardente

que à volúpia o coração sujeita

para da tua libido ficar dependente

porque, se a tua alma não enjeita,

só o teu o corpo o deixa demente...

Lud MacMartinson - Lux, 25-01-2009

Desalento...

Foram tantas as vezes que quis

no meu pranto afogar esta dor,

que, asfixiante, me torna infeliz

por saber que perdi o teu amor !

Não sei onde errei para só ficar,

nem porque razão vi rejeitado

o amor que guardei para te dar

quando me sentisse purificado !

Impuro, porém, sempre me julguei

e, por isso, longe de ti me quedei

Agora já nem sei se um dia amei

a quem o meu coração entreguei !

Talvez queira o destino que seja

o relicário dos amores proibidos

para que ninguém sofrer me veja

e ouça o balido destes gemidos !

Queira Deus que a alma resista

ao desalento e à cruel saudade

e que a esperança nunca desista

de acreditar na minha felicidade...

Lud MacMartinson - LMP
Lux,25-01-2009

Não sei porque sofro...

Não sei porque sofro assim, 

de repente fiquei com medo, 

que o amor que trago em mim 

prefira partir para o degredo,

para carpir mágoas sem fim 

e guardar a paixão em segredo 

Queria tanto poder desabafar, 

beijar e segurar a sua mão, 

e, perdendo-me no seu olhar, 

lhe entregar o meu coração 

para que ela o visse palpitar 

e o ajudasse a dissipar a solidão...

Não sei porque me atormento, 

quando não ouço a sua voz, 

e, recordando aquele momento 

em que ficamos bem a sós,

sinto dentro de mim o lamento 

de algo mais cruel e mais atroz 

Mesmo no meio deste inferno, 

eu mantenho viva a confiança,

que um beijo meigo e terno, 

faça renascer em nós a esperança 

que o amor dissipe o Inverno, 

para o Verão não morrer criança...

Lud MacMartinson
LMMP - Luxemburgo