Como dizia o poeta António Gedeão na Pedra Filosofal, " o sonho comanda a vida " e é bem verdade, quer se acredite ou não!
Todas as realizações da humanidade e pessoais nascem de sonhos, de desejos, de ficções mais ou menos realistas ou realizáveis a maior ou menor prazo, sempre dependendo da vontade, da força e do empenho que pomos na sua concretização.
Desde menino de bibe - muito usado em meados do século XX - que me habituei a construir e desbravar os mundos inóspitos, fantasmagóricos e idílicos que a minha cabecinha introvertida fazia viajar pelas margens da minha imaginação e dos meus sonhos.
Ainda me lembro como, aos cinco ou seis anos sonhei o Brasil - desconhecendo totalmente o sentido de tal palavra - e como sonhei ser advogado para fazer justiça e " colocar atrás das grades " quem tinha abusado da ingenuidade dos meus pais, a quem roubaram - mais que alguns contos - uma certa maneira de viver, de sonhar o futuro...
Essa mesma sensação da espoliação de um sonho, alimentado anos a fio com abnegação e um certo estoicismo, viria eu sentí-la, anos mais tarde, quando preso no turbilhão de uma revolução manipulada e usurpada, me vi forçado ao degredo e a trilhar, como milhões de outros compatriotas e seres humanos de todo o mundo, as sendas íngremes da diáspora, conhecendo assim o sabor amargo e mórbido da saudade.
Roubar o sonho a alguém, é como violar e destruir a inocência de uma criança e queimar a esperança de um condenado: é inhumano e cruel !
No mundo actual, quanto mais o virtual se sobrepõe ao real mais o sonho é primordial.
Criança que não sabe, não consegue sonhar ou a quem roubaram o sonho, nunca será homem e país escravo de ideologias ou sitiado pela força das armas ou das manipulações comerciais, fruto de um liberalismo inumano, só podem tornar-se terroristas, devolvendo à humanidade aquilo que ela lhe deu a comer ou forçou a engolir.
No dia em que não houver mais lugar para o sonho ou para a esperança no coração do homem, a humanidade terá assinado a sua certidão de óbito e carregado no botão da sua autodestruição!
E o apocalípse erá apenas uma mera formalidade e uma questão de aceleração dos átomos no quadrante Tempo-Espaço que rege a nossa existência.
Hoje, mais do que nunca, urge Libertar o mundo dos aguilhões do sonho e do amor, para que a Esperança possa respirar e colorir a vida da humanidade.
Isto não é uma questão de Fé, mais sim de desígnio planetário!
Que as Forças do Sonho e do Amor estejam sempre convosco e vos façam guerreiros da Luz mais audazes do que os que gravitam nas trevas...
LMP, LUXEMBURGO
MacMartinson
2006
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