Olá musas insuspeitas!
Caríssimos leitores...
A minha incursão no espaço cibernético, em finais de 2004, na semana do Tsunami, marca o renascimento da paixão pela escrita, pelas palavras, que com que eu adorava brincar, quando estava no seminário, para que a Liberdade, de pensar, de sentir e de amar incondicionalmente, jamais fosse amordaçada, sobretudo, pela sagrada tirania !
Em Dezembro de 1973, uns meses antes da Revolução de Abril, que devolveu a Liberdade e a Democracia ao povo português, fiz eu a minha, libertando-me dos contrafortes em xadrez, que eram para mim os claustros do seminário de Manique do Estoril !
Não foi uma decisão fácil, porque, ficando e sendo arauto da igreja, estava-me reservado um futuro brilhante, como servidor do Criador, porventura reitor ou doutor de qualquer coisa, tantas esperanças depositavam em mim os meus superiores salesianos, porque eu era " para eles " o seminarista modelo, aplicado e bem comportado, poeta e desportista !
Mudar de rumo em ano de exame do Curso Complementar do Liceu - antigo 7º ano - antecâmara da Universidade, naquele ano de 1973, foi uma decisão temerária: decepcionei o Senhor a quem deveria entregar a Vida, dei um desgosto à minha mãe que já me via padre e o reitor, que tanto me admirava, mas não me enganei a mim mesmo, e isso foi o mais importante !
Com a revolução em 25 de Abril e a aprovação com distinção na prova que me abria as portas da Faculdade de Direito de Coimbra, que deveria ser uma mera formalidade para mim, tão elevada estava a minha auto-estima estudantil, conquistar um lugar ao sol na sociedade portuguesa, como doutor ou político, era uma estrada demasiado fácil e previsível para um sonhador como eu !
Depois de 18 meses de luta por uma Democracia exigente e uma Liberdade responsável, percebi que Portugal, o meu país, que eu tanto queria grande entre os maiores, estava entregue a boçais sem escrúpulos e a anões morais.
Decepcionado e amargurado e porque a vida nunca espera, decidi partir, deixando Coimbra e cátedra de jurista para trás, eu que desde criança queria ser advogado para fazer justiça e meter na prisão os vigaristas que haviam levado meus pais à falência !
E aquilo que deveria ser apenas interregno estudantil, até as portas da faculdade se abrirem, tornou-se definitivo, sem eu desconfiar.
Mentalmente, eu preferi ser um Luís Ninguém, mas livre, a doutor, prisioneiro de uma sociedade e de um regime totalitário, no qual parecia tornar-se o país da saudade, que um dia fora dono de meio mundo e agora não passava de um pobre coitado !
Prossigo, abreviando, com a minha autobiografia, escrita em 2001!
Autobiografia(*)
Em 1976, cansado de esperar pela abertura da faculdade, que os marxistas haviam trancado a sete chaves dois anos antes, decidi vir ver como o meu pai, emigrante desde 1969, ganhava os francos com que me pagava os estudos, na Escola Salesiana do Estoril.
Vim por curiosidade, mas acabei por ficar. E já lá vão 25 anos! ( em 2001).
Numa geração realizei muitos sonhos impossíveis, mas conheci também a dor amarga da Saudade e, de adiamento em conformismo, vi o meu sonho de criança esvair-se nas brumas da ilusão, antes de cair irremediavelmente nas masmorras da virtualidade. Jurista nunca cheguei a ser, mas muito me honram as inúmeras causas que advoguei, sobretudo as que perdi para defender a minha íntima convicção, neste meu itinerário pelo Grão Ducado do Luxemburgo.
Aqui, fui, realmente, estudante, operário, fotógrafo, locutor de rádio, professor ou agente imobiliário, e, muito naturalmente, escritor..., porque isso comecei a sê-lo nos bancos da escola da minha terra natal, Fiolhoso, uma aldeia do concelho de Murça, onde nasci há 46 anos ( 24.11.1954 ).
Este romance dedico-o aos meus filhos e à minha esposa, a musa que muito me inspira, ao Carlos Filipe, meu Nobel amigo de Timor Lorosae, e a todas as pessoas que, pelo mundo, fazem rimar quotidianamente a Felicidade com a Solidariedade e a Fraternidade.
Vim por curiosidade, mas acabei por ficar. E já lá vão 25 anos! ( em 2001).
Numa geração realizei muitos sonhos impossíveis, mas conheci também a dor amarga da Saudade e, de adiamento em conformismo, vi o meu sonho de criança esvair-se nas brumas da ilusão, antes de cair irremediavelmente nas masmorras da virtualidade. Jurista nunca cheguei a ser, mas muito me honram as inúmeras causas que advoguei, sobretudo as que perdi para defender a minha íntima convicção, neste meu itinerário pelo Grão Ducado do Luxemburgo.
Aqui, fui, realmente, estudante, operário, fotógrafo, locutor de rádio, professor ou agente imobiliário, e, muito naturalmente, escritor..., porque isso comecei a sê-lo nos bancos da escola da minha terra natal, Fiolhoso, uma aldeia do concelho de Murça, onde nasci há 46 anos ( 24.11.1954 ).
Este romance dedico-o aos meus filhos e à minha esposa, a musa que muito me inspira, ao Carlos Filipe, meu Nobel amigo de Timor Lorosae, e a todas as pessoas que, pelo mundo, fazem rimar quotidianamente a Felicidade com a Solidariedade e a Fraternidade.
(*) Escrita para a apresentação do meu romance " La Force du destin " , por ocasião do Salão do Livro, no Festival da Cultura e da Emigração,
realizado no Hall Victor Hugo, Luxemburgo, de 18 a 21 de Março de 2001.
Foto: Dedicando e oferecendo o romance La Force du destin a Sua Alteza Real HENRI - Grão Duque do Luxemburgo
Hoje, com 62 anos, sinto-me um Homem que cumpriu o seu Dever, assumindo e pagando sempre o preço das suas atitudes e decisões difíceis que sempre nortearam a minha vida !
Neste blogue, renascido da letargia regeneradora do esquecimento salutar, quero deixar pensamentos, versos e sentimentos que me fizeram amadurecer para crescer e me tornar o que sou, apenas e simplesmente Luís, um cidadão do infinito !
Eu costumo dizer que " quem escreve fica com a alma mais leve " e será essa a mais plausível explicação para a minha levitação permanente, entre a emoção e a razão, numa ubiquidade irracional sempre no limiar da virtualidade, essa realidade que está a mudar a face da Humanidade !
Cogito, ergo sum !
Em 9 de setembro de 1992, pressentindo uma crise existencial, escrevi no preâmbulo de um caderno:
" Nestas páginas deixo minhas penas soltas, ideias loucas, pensamentos, desejos apenas e pressentimentos que o TEMPO talvez não me permitirá experimentar.
O tempo!
Ai o Tempo !
O tudo e o nada desta vida tão fugaz, a medida destes meteoros indescrit´veis que são os sentimentos !
Hoje, como ontem e amanhã, tudo corre e morre sem saber muito bem porquê, enquanto o tempo tudo digere insensivelmente, indiferente, como se não conhecesse o fim... como tudo. "
É isso, quem escreve fica com a alma mais leve, e a minha se libertou do fardo dos fantasmas que assombravam a minha alma. Hoje, não sei muito bem se foi furacão ou tempestade, talvez num copo de mágoa, ou se foi simplesmente a brisa divina que, me assustando, me recolocou nos trilhos das veredas da verdade, da vida, da felicidade que tão longe me parecia !
Ideias tenebrosas chegaram a passar pela minha mente, como raios de fogo, mas, felizmente para a minha carcaça, há anjos que não dormem e velam por mim !
E muitos deles são bem reais: os meus amigos leais, que me querem bem e não se esquecem deste pobre pecador, paladino do amor, por vezes exagerado, e sonhador apaixonado, que sempre fui, sou e serei !
Alea jact est ! Cumpra-se o meu fado e pronto, mesmo que fique tonto !
Se eu exagerar, dêem-me um desconto: todos os poetas e sonhadores apaixonados ficam cegos e adoram curtir o surto, por isso têm o pavio curto !
Neste blogue, renascido da letargia regeneradora do esquecimento salutar, quero deixar pensamentos, versos e sentimentos que me fizeram amadurecer para crescer e me tornar o que sou, apenas e simplesmente Luís, um cidadão do infinito !
Eu costumo dizer que " quem escreve fica com a alma mais leve " e será essa a mais plausível explicação para a minha levitação permanente, entre a emoção e a razão, numa ubiquidade irracional sempre no limiar da virtualidade, essa realidade que está a mudar a face da Humanidade !
Cogito, ergo sum !
Em 9 de setembro de 1992, pressentindo uma crise existencial, escrevi no preâmbulo de um caderno:
" Nestas páginas deixo minhas penas soltas, ideias loucas, pensamentos, desejos apenas e pressentimentos que o TEMPO talvez não me permitirá experimentar.
O tempo!
Ai o Tempo !
O tudo e o nada desta vida tão fugaz, a medida destes meteoros indescrit´veis que são os sentimentos !
Hoje, como ontem e amanhã, tudo corre e morre sem saber muito bem porquê, enquanto o tempo tudo digere insensivelmente, indiferente, como se não conhecesse o fim... como tudo. "
É isso, quem escreve fica com a alma mais leve, e a minha se libertou do fardo dos fantasmas que assombravam a minha alma. Hoje, não sei muito bem se foi furacão ou tempestade, talvez num copo de mágoa, ou se foi simplesmente a brisa divina que, me assustando, me recolocou nos trilhos das veredas da verdade, da vida, da felicidade que tão longe me parecia !
Ideias tenebrosas chegaram a passar pela minha mente, como raios de fogo, mas, felizmente para a minha carcaça, há anjos que não dormem e velam por mim !
E muitos deles são bem reais: os meus amigos leais, que me querem bem e não se esquecem deste pobre pecador, paladino do amor, por vezes exagerado, e sonhador apaixonado, que sempre fui, sou e serei !
Alea jact est ! Cumpra-se o meu fado e pronto, mesmo que fique tonto !
Se eu exagerar, dêem-me um desconto: todos os poetas e sonhadores apaixonados ficam cegos e adoram curtir o surto, por isso têm o pavio curto !
Lud MacMartinson
Luís Macedo Martins Pereira
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