Abandonada à minha sorte,
só já me resta o amor
para que não venha a morte
me afogar na cínica dor...
que o coração me acorrenta
quando, perdida a paz,
a alma me deixa sedenta
a olhar o que ficou para trás
No meu peito arde o fogo
de um desejo de justiça
e uma ilusão onde afogo
esta chama que me atiça...
quando, perdida a fé
nos homens e na paixão,
sobra a esperança, que é
a temperança da solidão...
No deserto do meu dia
sinto o amor em mim pulsar
e recordar com nostalgia
tudo o que não soube cuidar
quando, flor linda e cheirosa,
ingénua me deixei desfolhar
e enredar na paixão ardilosa
que agora só me faz chorar...
Lud MacMartinson - LMP - Luxemburgo
nb: ela chegou de repente e logo inspirou
este amor remanescente, segredando: amor,
paz, justiça, coração, fogo e flor...
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