Labirinto do amor

Queria tanto perder-me
no inferno do teu desejo
para que pudesses ter-me
e saber como te almejo

Longe de ti a saudade
me deixa na incerteza
e faz maldizer a liberdade
desta alma tão presa

nesse teu olhar faminto
onde enredo esta paixão
que dentro de mim sinto

e trago em gestação
perdida no doce labirinto
deste amor em ebulição



MacMartinson
2006

Coragem para ser feliz

Nos labirintos do amor me perco,
quando a paixão vem e me cega,
ao meu coração faz um cerco
e a razão de todo se entrega

Prisioneiro de um fogo ardente,
me deixo consumir pouco a pouco
para saber o que é ser demente
e que o mundo me chame louco

porque eu não estou nem aí
para o que o povo pensa ou diz:
no fim o que importa é o que vivi

e se fiz o que realmente quis,
porque eu sei muito bem que, aqui,
é preciso ter coragem para ser feliz


MacMartinson
2006

Sofreguidão

É chegada a hora, amor,

de ir até ao fundo do prazer

não aguento mais esta dor

que, vivendo, me faz morrer

Se não tiveres coragem,

é porque não queres ser feliz

e o melhor será seguir viagem

ou procurar uma meretriz

Sei desse desejo imenso,

que, em vão, tentas sufocar,

vejo o teu corpo hipertenso

que no meu se quer afogar

para sentir esse fogo intenso

que flameja no teu olhar

Lud MacMartinson

Luxemburgo 2006

Doce tentação

Quando estou só ao teu lado
descubro uma nova dimensão
sem futuro nem passado
para melhor sublimar a paixão

Preso no turbilhão do teu amor,
o meu corpo quase desfalece
o prazer se entrega com despudor
e a razão na alma emudece

O coração desata a se embalar,
o desejo entra em efervescência
e o amor começa a se embriagar

com os assédios da demência
que ao corpo faz experimentar
a doce loucura da tumescência


MacMartinson
2006