Neste momento
navego pela vida
como um desesperado,
um condenado
à partida
sem julgamento marcado...
Sou barco à deriva
num mar de tormentos
carregados de negritude,
de pressentimentos
alienados pela inquietude
que o tempo
não resista à distância
e que esta dependência
sufoque os sentimentos
que meu coração
gera torrencialmente
e envia desesperadamente
para o espaço
para que encontrem aquele regaço
doce e meigo
onde é bom sonhar acordado,
porto de abrigo
deste homem apaixonado
a quem o destino
impõe este castigo
de esperar
contra ventos e marés
e percorrer o mundo
de lés-a-lés
como uma alma depenada
condenada
a viver
com a espada
sobre o coração...
Desesperado
posso me sentir,
de
vez em quando,
e seguramente estou,
mas sei muito bem
quem sou,
o que quero
e onde tenho que chegar
e não será este inferno
nem ninguém
que me impedirão
de te realizar
plenamente
e de te amar
eternamente...
Aconteça o que acontecer,
este amor
que vive em mim
já foi purificado
pelas lágrimas da dor
e da saudade
que sinto por ti, mulher,
jamais chegará ao fim
porque é a condição
sina qua non da felicidade
que me foi prometida
e exigida pela vida...
Lud MacMartinson / LMMP
Luxemburgo
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